Segunda-feira, 7h30: o diário de um elefante na sala
Acordei hoje pensando na Patrícia. Não a conheço pessoalmente, mas sei que ela poderia ser qualquer pessoa que trabalhe comigo — talvez até eu mesma. A história dela é simples, mas cheia de nuances que a gente prefere ignorar.
Era uma segunda-feira de manhã quando ela, uma analista de marketing incrível, simplesmente não conseguiu levantar da cama. Nada de febre, nada de dor de cabeça. Era só um peso invisível que parecia maior do que o mundo. Ela sabia que precisava de ajuda, mas lá no fundo pensou: “Aqui na empresa não tem espaço para isso. Saúde mental? Só na teoria.”
E aí eu me questionei: por que a gente ainda trata esse tema como se fosse um tabu corporativo?
Quando o trabalho vira uma bomba-relógio
Sabe aquele ditado: “Ah, é só trabalho. Não leva tão a sério”? Bom, talvez quem inventou isso nunca passou oito, nove, dez horas do dia em um lugar onde você não pode ser humano.
É meio óbvio: se o ambiente é tóxico, cheio de pressão e sem suporte, não tem quem aguente. É como se fosse um jogo de “quem desiste primeiro”. Mas o custo disso é alto demais. Não só para quem sofre, mas para a empresa como um todo.
Já vi pesquisas (e elas sempre me deixam um pouco mal) mostrando que ambientes assim levam à ansiedade, depressão e até esgotamento. E o resultado disso é claro: mais afastamentos, menos produtividade, e, claro, uma equipe que parece estar em piloto automático.
Por que saúde mental é o novo KPI?
Agora, vamos combinar: se a gente planejou uma planilha para calcular o impacto da saúde mental na produtividade, dá pra provar que ignorar isso é um tiro no pé.
Vou voltar à história da Patrícia. Antes de tudo isso, ela era uma pessoa. Criativa, cheia de ideias, sempre trazendo resultados incríveis. Mas o que aconteceu? Cobrança sem apoio, trabalho sem reconhecimento. Resultado: uma profissional brilhante que, no final, só conseguiu entregar o básico.
E, olha, não sou só eu que acho isso. Tem estudos por aí (como o da GPTW, aquele lugar que adora falar de melhores empresas para trabalhar) mostrando que o cuidado com a saúde mental melhora retenção, engajamento e até os lucros. Então, por que a gente continua empurrando isso com a barriga?
Não é só mesa de pingue-pongue, ok?
Aqui vai a real: cultura organizacional é o coração da saúde mental no trabalho. Não adianta ter happy hour na sexta ou espalhar mesas de pingue-pongue pelo escritório se, no dia a dia, o clima é de sobrevivência.
Se você é líder ou trabalha com RH, veja só algumas ideias que já funcionaram:
- Espaços seguros de conversa: Reuniões onde todo o mundo pode falar sem medo de julgamento. É libertador.
- Treinar gestores: Líderes que sabem reconhecer sinais de esgotamento e dão apoio fazem toda a diferença.
- Benefícios de verdade: Terapia no plano de saúde ou parcerias com plataformas de atendimento psicológico. Nada de firula, só o que realmente ajuda.
- Foco na estratégia: Saúde mental tem que fazer parte das metas da empresa. Não é um bônus, é essencial.
- Dê o exemplo: Se você é gestor, mostre que é possível cuidar da saúde mental e entregar resultados.
Ah, e antes que alguém diga: “Ah, mas isso é só pra startups descoladas”. Não, amigo. Em 2023, até o governo ficou de olho nisso, criando leis que incentivam empresas a cuidarem da saúde mental.
Ok, e agora?
O que eu aprendi com a Patrícia (e tantas outras histórias)? Que saúde mental não é opcional, tão pouco um luxo. Ela é tão essencial quanto água no café da manhã.
Sua empresa não é uma ilha, e seus colaboradores não são robôs. Quanto mais cedo a gente entender que cuidar do bem-estar mental da equipe é um ganha-ganha (pra todo mundo), melhor.
E você aí, que está lendo isso no seu intervalo do trabalho ou enquanto toma um café: já perguntou pra sua equipe como eles estão de verdade? Talvez eles estejam precisando daquela conversa que vai mudar tudo.
Dica pra quem quer aprender mais
Se você curtiu esse papo e quer entender melhor como saúde mental e trabalho se cruzam, aqui vão quatro livros que podem abrir a sua mente:
- “Ansiedade: Como Enfrentar o Mal do Século” de Augusto Cury: uma obra essencial para compreender os impactos da ansiedade na vida e no trabalho, com ferramentas para gerenciá-la.
- “A Coragem de Ser Imperfeito” de Brené Brown: explora a importância da vulnerabilidade e como ela pode transformar relacionamentos no ambiente de trabalho.
- “O Jeito Harvard de Ser Feliz” de Shawn Achor: focado em como o bem-estar influencia diretamente na produtividade e no sucesso profissional.
- “Mindfulness no Trabalho” de Patrícia Calazans: um guia prático para incorporar práticas de atenção plena no dia a dia corporativo, melhorando a saúde mental e o foco.
Esses títulos estão disponíveis na Amazon e são investimentos valiosos para quem deseja transformar a cultura organizacional e valorizar o bem-estar das equipes. Aproveite para começar sua jornada de mudança hoje mesmo!
