Se você é daqueles que pensa que “é só jogar um aumento na conta e tudo fica bem”, preciso te contar uma coisa: não é bem assim. Outro dia, numa conversa de corredor na faculdade, ouvi um dos alunos dizendo que a única coisa que mantém as pessoas em uma empresa é o dinheiro. Confesso que minha primeira reação foi soltar um riso meio nervoso. Porque, olha, quem pensa assim está ignorando o verdadeiro “ouro” que motiva as pessoas no trabalho.
Vamos esclarecer uma coisa: claro que o salário importa e muito. Todo mundo tem boletos, né? Mas achar que ele é o único fator para manter os funcionários motivados é como pensar que só chocolate faz um bolo ser bom — tem toda uma massa, fermento e cobertura que dão o toque final. E, no caso da motivação, o “bolo” envolve bem mais ingredientes.
O poder do reconhecimento e do propósito
Vou te contar uma história. Trabalhei com uma equipe onde tinha uma analista super dedicada. Ela entregava projetos impecáveis, sempre no prazo, e ainda ajudava os colegas. Um dia, numa reunião, perguntaram o que mais nos motivava a trabalhar na empresa. Sabe o que ela respondeu?: “quando meu trabalho é reconhecido e eu sinto que o que faço faz diferença”. Era isso. Não foi o salário — era o fato de se sentir valorizada.
E sabe o que é mais curioso? Quando as pessoas encontram propósito no que fazem, elas dão o melhor de si. É aquele senso de: “estou aqui por algo maior do que apenas pagar minhas contas”. Isso transforma o jeito que a gente encara o trabalho.
Ambiente de trabalho: um grande diferencial
Agora, deixa eu perguntar: você preferiria ganhar um pouco menos e trabalhar em um lugar onde se sente bem, ou ganhar mais e passar o dia lidando com fofoca, lideranças tóxicas e gente gritando? Vou arriscar dizer que a maioria prefere um ambiente saudável. Um espaço onde você pode ser você mesmo, com colegas colaborativos e uma liderança que te apoia, é um fator de motivação que nenhum “vale-refeição turbinado” substitui.
Crescimento e aprendizado: o tempero da motivação
Outro dia, li uma frase que dizia: “As pessoas deixam gestões, não empresas”. Faz sentido, mas eu adicionaria algo: as pessoas também deixam lugares onde se sentem estagnadas. Ter oportunidades de aprendizado, desafios novos e apoio para crescer é como aquele “empurrãozinho” que faz a gente querer continuar.
Eu mesma já saí de um emprego porque me sentia presa em um ciclo de mesmice. E sabe o que é pior? Não é falta de vontade, é falta de oportunidade. Quando as empresas investem em formação e desenvolvimento, elas estão dizendo: “A gente acredita em você”. E isso é poderosíssimo.
Mas e o salário, afinal?
Não estou dizendo que o dinheiro não importa. Ele importa, sim, e é um dos pilares da satisfação no trabalho. Mas ele é apenas isso: um pilar. Se a casa da motivação não tiver uma base sólida com reconhecimento, propósito, ambiente saudável e oportunidades de crescimento, ela desmorona.
Para quem quer entender mais, aqui vão 3 livros que vão abrir sua mente:
- “Os 5 Desafios das Equipes” – Patrick Lencioni: esse é um livro sensacional para entender como motivar times e criar um ambiente colaborativo. Lencioni explica como superar os desafios mais comuns que impedem as equipes de performar bem. Uma leitura leve, mas cheia de insights práticos.
- “Drive: A Surpreendente Verdade Sobre o Que Nos Motiva” – Daniel H. Pink: Pink quebra o mito de que dinheiro é tudo e apresenta os verdadeiros motores da motivação: autonomia, maestria e propósito. Depois desse livro, você nunca mais vai enxergar o trabalho da mesma forma.
- “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” – Dale Carnegie: clássico dos clássicos, esse livro é perfeito para quem quer entender como o reconhecimento e as relações humanas são cruciais no ambiente de trabalho. Leitura obrigatória!
Agora, me conta: o que realmente te faz levantar da cama para ir trabalhar todos os dias? Será que você está focado no “salário” e ignorando o que realmente te motiva?