Se você trabalha no mundo corporativo, já deve ter se deparado com uma situação assim: seu chefe solta um “vamos schedule um call para alinharmos esse briefing antes do deadline”, e seu cérebro pensa “rapaz, não dava para dizer que era só marcar uma reunião antes do prazo?”. Pois é, estamos vivendo um verdadeiro surto coletivo onde palavras simples do português que estão sendo sequestradas e substituídas por termos em inglês sem necessidade.
O problema não é o inglês, longe disso. Saber outro idioma é essencial para muitas carreiras. Mas quando até a tia do cafezinho precisa de um dicionário para entender o que você está falando, há algo de errado. E mais do que isso: essa febre do corporativês gringo afasta muita gente do mercado de trabalho e cria barreiras desnecessárias.
Vamos conversar sobre isso? Prometo que você não vai precisar de um tradutor.
Português: o idioma que esquecemos de usar
Já reparou que nem nos damos conta do tanto de termos estrangeiros que usamos no dia a dia? É feedback pra cá, follow-up pra lá, e se não entender, é só dar um check no dashboard do CRM. Quem trabalha com marketing ou tecnologia então, coitado! Parece que precisa falar inglês fluente só para pedir uma informação no corredor.
Mas sabe quem sofre com isso? As pessoas que estão entrando agora no mercado de trabalho e os profissionais mais experientes que não cresceram cercados por esse tsunami de expressões gringas. Sem contar pessoas com deficiência intelectual ou dificuldades de aprendizagem, que poderiam se sentir muito mais incluídas com uma comunicação mais clara.
Em vez de facilitar, estamos tornando o ambiente corporativo mais excludente. Já parou para pensar quantas pessoas têm medo de participar de uma reunião porque simplesmente não entendem as palavras que estão sendo usadas?
E convenhamos: ninguém quer perder um tempão só tentando decifrar o que significa aquele loopback na sprint do squad de branding.
O impacto do “corporativês” na inclusão
Imagine uma profissional experiente, com 30 anos de carreira, mas que não tem o hábito de consumir conteúdo em inglês. Ela já sabe tudo sobre gestão, mas, ao entrar em um ambiente corporativo tomado pelo “corporativês gringo”, se sente deslocada. Por quê? Porque o conhecimento dela não deveria vir com um “inglês avançado obrigatório” embutido.
Agora, pense nas novas gerações que estão entrando no mercado de trabalho. Elas já precisam lidar com ansiedade, pressão por resultados, competição acirrada e ainda têm que fazer um curso rápido de “inglês para entender a própria equipe”?
E as pessoas com deficiência? Para muitas delas, aprender vocabulários em dois idiomas ao mesmo tempo pode ser desafiador. Uma comunicação mais clara e acessível ajudaria muito mais gente a se sentir parte do jogo.

Mas como resolver esse Problema?
Antes de jogar todas as palavras em inglês no lixo, a ideia é simples:
- Use termos técnicos em português quando existirem!
- Priorize uma comunicação clara e acessível.
- Explique quando um termo for necessário.
- Evite o uso excessivo de jargões.
No fim das contas, o que todo mundo quer é se comunicar bem. E nós podemos tornar o ambiente corporativo mais inclusivo com simples mudanças na nossa linguagem.
Agora eu te pergunto: quantas pessoas poderiam ser mais valorizadas no mercado de trabalho se a linguagem corporativa fosse menos complicada?
Quer se aprofundar mais no assunto? Aqui vão 3 livros para te ajudar!
- “Não Me Faça Pensar!” – Steve Krug: esse livro é um clássico sobre usabilidade e comunicação clara. Ele explica de forma divertida como simplificar a linguagem e tornar a experiência do usuário (ou leitor) muito mais intuitiva. Se você quer aprender a se comunicar melhor e evitar os clichês do corporativês, esse livro é um prato cheio!
- “Comunicação Não Violenta” – Marshall Rosenberg: embora o foco seja em comunicação interpessoal, esse livro ensina princípios fundamentais sobre como tornar a linguagem mais empática e acessível. Se você quer melhorar a maneira como se expressa e se conectar melhor com as pessoas no ambiente de trabalho, esse livro é indispensável!
Agora me conta: quais termos em inglês já te deixaram completamente perdido no trabalho?